Transcrição

O que é que vocês perguntam? Vamos começar, desculpa. Vocês três vão, cada um de vocês, fazer uma pergunta, ok? Não é só um faz as perguntas todas. Um faz uma e vão as duas. Ok, pode sentar-se. Não preciso, agora não. Olá, boa tarde. Qual é o seu nome e a sua idade? Armando Artur Santos Ramos, idade 74. Que atividades costuma fazer aqui no bairro? Agora nenhuns. O que é que você fazia antigamente aqui no bairro? Como? O que é que você fazia antigamente aqui no bairro? Olha, fiz, por exemplo, aqui na coletividade, que isso era uma coletividade, hoje é uma associação, mas isto foi em tempos uma coletividade. Desportiva, criativa e tinha outras funções mais, temas jornalísticos, etc. Hoje não, hoje não funciona assim. Acho eu que não funciona assim. Funciona de outra maneira, de outros métodos. O que eu fui aqui, fui membro de uma coletividade, mas com boa secção na parte desportiva, pronto. Trabalhei muito na parte desportiva. O que eu trabalhei mais aqui foi na parte desportiva. Agora, embora que existiam outras atividades, não é? Foi o que eu fiz, naquela altura. Que memórias ou histórias possui daqui do bairro? Hã? Que memórias é que o senhor tem daqui do bairro que tipo lhe marcou assim de uma forma? Memória qualquer. A minha infância. A sua infância? Nasci aqui, sou daqui, fui criado aqui, casei aqui e aqui estou. E aqui morei. Não, não, casou aqui, casou na igreja. Casei, sim, realmente casei na igreja. Mas olha, por exemplo, nasci aqui. Já não nasci na maternidade. Nasci aqui. Não te estou a enganar. Mas... Na sua perspectiva, que mudanças mais importantes aconteceram ao longo do bairro? O que é que mudou assim no bairro ao longo dos anos? Olha Pedro, isto só tem uma mudança. E foi muito boa na altura. Foi depois da revolução, digamos, depois do 25 de Aril. A partir daí houve aqui uma mexidela, muitas mexidelas no bairro. Houve muitas atividades. Houve uma cooperativa que construiu aqui o bairro. E não só. Tinha também atividades, modalidades, várias modalidades. Tinha também atletismo, tinha futebol, tinha... Também tinha, pronto, todo esse setor. E tinha a promoção, o jornalismo. Tinha muita coisa. Como é que é o seu papel, ou influência, a sua vida aqui na comunidade da Jundial? O que é que vai se influenciar aqui no bairro? Já disse anteriormente. O que eu fui, fui seccionista, naquela altura. Aqui no clube. Fui seccionista e fui membro de uma cooperativa de construção que é aquilo que nós temos aqui por trás de nós. Ok, já está. Está feito todas as casinhas. Que forma gostaria de contribuir para o futuro do bairro? Olha, eu gostava de contribuir, mas vou contribuir com o meu voto. A única contribuição que eu faço, não de lutas, as lutas de evolução, de revolução e de empreendimento, essa já não faço. A minha situação de saúde não me permite que eu me largo muito. Tenho que ir mais lentamente, mais devagarinho. Não tenho aqueles reflexos, aqueles movimentos que se tinha quando você era rapaz. Na minha idade, por exemplo, que eu fui, eu não parava, não é? Hoje não, hoje. Tenho que se mexer mais um bocadinho, doei ali. Se mexer para o outro lado, doei ali. E pronto, tenho que fazer as coisas. Não posso fazer muito mais do que faço. Ou digamos que não faço nada. Ok, está terminada a entrevista. Obrigada.

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