Na pacata comunidade de um bairro em Portugal, Maria Adriana, uma senhora de voz calma e com um porte humilde, prontamente se apresentou quando lhe perguntaram sobre a vida no bairro. "Morar não conta", disse ela, sorrindo tímida, quando tentou explicar que já não participava ativamente nas atividades locais. Era uma sexta-feira tranquila e os sons da cidade pareciam mais distantes enquanto ela partilhava momentos da sua vida passada.

O problema surgiu ao recordar os dias difíceis da sua infância. "Olha, eu quando era jovem, os meus pais eram pobres e eu andava a tocar nas portas para pedir pão para comer" comentou Maria Adriana, revivendo as dificuldades que passaram a ela e seus inúmeros irmãos. A vida no bairro transformou-se ao longo das décadas, mas as cicatrizes do passado continuam presentes, impulsionando o desejo de melhorias para o futuro.

À medida que a conversa avançava, Maria Adriana mencionou a gratidão pela mudança maior que se lembrava: "dar-me esta casinha". A simplicidade das palavras revelava um apego emocional profundo pela segurança e estabilidade que encontrou com o passar do tempo. Contudo, em meio à reflexão, uma dor de cabeça persistente dificultava-lhe a concentração.

No auge da conversa, foi questionada sobre suas aspirações futuras para o bairro. "Gostava que já fizessem uma ladeira, que não há problemas de saúde. Que o bairro fosse mais limpo e que as pessoas fossem mais unidas." Maria Adriana sonhava com um futuro onde a infraestrutura fosse melhorada e a comunidade demonstrasse maior união.

Por fim, apesar das limitações físicas, Maria Adriana revelou um desejo genuíno de contribuir para uma mudança positiva. "Pagaria para fazerem a minha vez de limparem as coisas", partilhou, demonstrando a sua vontade de participar no processo evolutivo da comunidade, mesmo que indiretamente. Ao concluir a entrevista, o ambiente permaneceu carregado de esperança e nostalgia.