Andressa Campos nunca imaginou que um bairro poderia acabar por defini-la tanto quanto João definiu. Como coordenadora da Associação de Moradores do Bairro, ela desempenhava um papel vital na preservação da história e nas melhorias contínuas da comunidade que, apesar de não ser seu local de nascimento, tornou-se um pilar em sua vida. Imagine um local onde as memórias das pessoas se entrelaçam com o concreto frio dos prédios. Era ali que Andressa tinha encontrado seu verdadeiro lugar. Chegou ao bairro através de um projeto de pós-graduação que visava preservar as memórias dos residentes, e aquilo rapidamente se transformou numa missão de vida.

O maior desafio era enfrentar as consequências de um passado nem sempre justo para com os moradores do bairro. Falta de legalização das casas e representantes para dar voz às preocupações locais eram barreiras antigas que precisavam ser resolvidas. Andressa, muitas vezes apoiada pela comunidade, lutava para evidenciar essas questões em reuniões do Gabipe, uma luta constante pela dignidade habitacional e social. Ela recordava com clareza os primeiros encontros participativos em que os moradores compartilhavam suas histórias, histórias que culminaram na criação de um mural representativo na antena de um dos prédios - "uma imagem que fala por todos nós," lembra Andressa.

À medida que o bairro enfrentava essas dificuldades, Andressa via uma luz através do seu trabalho persistente. As mudanças estavam a acontecer, não só nas infraestruturas, mas também nos corações dos moradores. A legalização das casas progredia, e a Associação tornava-se um centro vital de apoio, oferecendo serviços essenciais à comunidade. "O bairro transformou-se, e nós, com ele," Andressa confessa. Era nas minúcias do dia-a-dia que ela via o impacto profundo do seu envolvimento.

O clímax da história de Andressa estava no reconhecimento público do valor do bairro, um testemunho às mudanças que gerou na vida de quem ali reside. Embora a luta estivesse longe de terminar, cada conquista era um passo firme para uma vida mais digna e comunitária. Andressa sabia que tinha contribuído para uma comunidade que agora via o bairro com orgulho renovado, não como outrora era visto.

Olhando para o futuro, o desejo de Andressa era que as pessoas continuassem a ver o Bairro Horizonte como um exemplo de resiliência e união. "Se continuarmos assim, não só mantemos vivo o espírito do bairro, mas também criamos um legado de esperança," reflete. A medida que as mudanças eram implementadas, a comunidade se tornava mais forte e coesa, provando que o passado e presente podem ser harmonizados na construção de um futuro promissor.